Aplicação em Tesouro Direto: 6 dicas simples de como se fazer

24 de maio de 2018
Por Marden Rodrigues

A aplicação no Tesouro Direto é a maneira mais eficaz de investir o seu dinheiro. Considerado mais rentável do que a poupança, com R$30,00 você pode começar a definir um plano de rendimento.

O Tesouro Direto é um programa de negociação de títulos públicos a pessoas físicas por meio da internet. É uma opção de investimento de baixo custo e segura, já que os títulos públicos são considerados os ativos com menor risco de uma economia.

Todos os títulos públicos são ativos de renda fixa e o investidor conhece as condições de remuneração no momento da compra do papel. Caso fique com o título até o vencimento, a remuneração final será a contratada na aplicação.

Aqui, você vai aprender 6 dicas simples para aplicar no Tesouro Direto e ter maior rentabilidade.

6 dicas simples de como aplicar no Tesouro Direto

1. Verificar qual tipo de título é ideal para você

O Tesouro Direto oferece vários tipos de títulos públicos. As diferenças entre cada um deles dependem do seu interesse de negociação. São três tipos ao todo.

Saber qual tipo de título é melhor para os seus objetivos só aumenta a sua rentabilidade.

Títulos pós-fixados

O único título público pós-fixado é o Tesouro Selic. Esta é uma boa alternativa para quem precisa resgatar o dinheiro a qualquer momento, pois não tem oscilações negativas. Também é uma boa opção para quem deseja ter uma reserva de emergência e ainda garantir uma rentabilidade.

O rendimento do Tesouro Selic é atrelado à taxa de juros básica da economia, a Selic. No momento da compra, a remuneração do título é acrescida ou decrescida de um pequeno ágio.

Títulos prefixados

Há dois tipos de títulos públicos prefixados: Tesouro Prefixado e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.

Os dois são indicados para quem precisa saber exatamente a taxa de rendimento anual até o vencimento do título. Eles não sofrem variações de juros, desde que deixe o título investido até o seu vencimento. São para planos de médio e longo prazo.

A única desvantagem dos títulos prefixados é que, dependendo das oscilações do mercado, o valor do seu título pode cair. Mas, se você respeitar a data de vencimento do título, terá o retorno prometido no dia da compra.

Para quem tem renda extra, o recomendado é o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, pois esse título faz pagamento de juros a cada seis meses. Isso significa que o rendimento é recebido pelo investidor ao longo do período da aplicação.

Títulos mistos (indexados à inflação)

Existem dois tipos de títulos mistos indexados pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial da inflação: Tesouro IPCA e Tesouro IPCA com Juros Semestrais.

A grande vantagem desses títulos é que além de serem corrigidos pela inflação, parte pós-fixada, remuneram um adicional contratado no dia da compra, parte prefixada. O ganho real é garantido porque o rendimento do seu título sempre irá superar a inflação.

São títulos com prazo de vencimentos mais longos e estão sujeitos a fortes oscilações. Por isso, é recomendado para quem não vai precisar do dinheiro em breve.

2. Não acredite nos mitos

Aqui, você irá ver alguns mitos sobre a aplicação no Tesouro Direto, que servem somente para paralisar sua vontade de ter o seu dinheiro investido.

Primeiro, não é complicado investir no Tesouro Direto. Mais adiante, verá como isso é simples, porque basta abrir a conta em uma corretora de valores e comprar o título público pela internet.

Como você viu acima, um dos primeiros passos é escolher qual tipo deseja, o que também não é nada complicado. Você só precisa saber o tempo que pretende manter o dinheiro investido. Alguns são de curto prazo (3 anos), médio (6 anos) e longo (10 anos).

Outro mito é dizer que o título só pode ser vendido no dia do vencimento. Isso é um equívoco. Você pode vender o seu título em qualquer dia útil ou agendar a operação. Após vender o seu título, o dinheiro estará disponível na sua conta da corretora no dia útil seguinte.

Se você vender antes do vencimento, poderá ter um ganho acima da rentabilidade ou abaixo.

3. Conheça as vantagens do Tesouro Direto

Uma das primeiras vantagens é a segurança. A aplicação nos títulos públicos é 100% garantida pelo próprio governo, independentemente do valor investido.

Não acredite em mitos, porque o Tesouro Direto é seguro e você saberá exatamente quanto ganhará com o seu investimento.

É um investimento acessível, pois com R$30,00 você já pode começar a aplicar o seu dinheiro. Além disso, é uma ótima opção de rentabilidade, porque o investimento pode ser de curto a longo prazo, para quem precisa do dinheiro em pouco tempo ou prefere ter uma renda mais para frente.

Outra vantagem é a previsibilidade. Você sabe exatamente qual será o seu investimento, contanto que mantenha o título até o vencimento. Assim, fica fácil ajustar o seu rendimento com os seus objetivos.

4. Entenda os riscos

Quando se pensa em investimentos, é preciso saber quais são os riscos. No Tesouro Direto existem dois riscos: o Risco de Mercado e o Risco de Crédito. Mas, se você está pensa que ficará falido com esses riscos, está enganado.

O Risco de Mercado é a probabilidade de eventuais perdas devido às variações nos preços dos títulos. A responsável por essa variação é a taxa de juros.

Exemplo: imagine que você comprou um título de longo prazo e agora precisa vendê-lo antes do vencimento. Neste caso, você estará sujeito ao preço que o mercado estiver pagando pelo título no dia, o que pode gerar um resultado negativo no fator rentabilidade. Por isso, sempre se lembre de fazer um bom planejamento antes da compra do título.

Verifique se consegue aplicar dentro daquele prazo e se programe para isso. Se você não vender antes do vencimento, este risco não existirá.

O Risco de crédito é a probabilidade do emissor do título, o governo, não conseguir ou não desejar saldar suas dívidas. Também chamado de risco de calote. Isso teria um efeito devastador nas empresas e pessoas físicas.

Mas, essa situação, de extrema gravidade, é difícil de ocorrer, mesmo nessa crise atual. Em situações complicadas, o governo aumenta os impostos e o Banco Central emite mais moeda para pagar a dívida.

5. Escolha a melhor corretora

Então, agora que você já definiu qual o tipo de título que melhor cabe no seu perfil e sabe das vantagens e riscos na compra desse título, chegou a hora de ir para o próximo passo, que é a escolha da melhor corretora.

Primeiro, veja se a corretora é credenciada. Selecione uma que esteja inscrita no programa CETIP certifica (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos).

Por meio desse programa, a corretora deve fornecer mensalmente um relatório com uma lista de títulos que você possui.

Se a corretora quebrar, o título está registrado na CETIP e isso será uma garantia maior para o recebimento do seu dinheiro por meio do Fundo Garantidor de Crédito. Acesse o site do BM&F Bovespa para consultar a lista das corretoras credenciadas.

Segundo, procure saber o porte da corretora. Quanto maior a corretora for, menor é a chance dela quebrar.

A dica é selecionar as 10 corretoras que fazem parte do Ranking de Compras. Esse é um excelente indicativo de que a corretora possui um bom porte, pois sinaliza que ela tem muitos investidores e consegue atender a alta demanda de negociação de títulos públicos.

Terceiro, verifique a taxa anual de administração cobrada pela corretora. O valor gasto em taxas terá impacto direto na rentabilidade dos seus investimentos ao longo prazo.

Essa taxa é um valor cobrado para manter o seu cadastro e intermediar a negociação de títulos. Algumas oferecem isenção, mas, preste atenção, para isso elas exigem que você invista em outros produtos da corretora.

6. Entenda os custos do Tesouro Direto
Conhecer os custos e as taxas de cada aplicação é importante para decidir onde investir, porque, dependendo desses valores, uma determinada aplicação pode deixar de ser interessante. Taxa BM&F Bovespa Essa taxa é cobrada para custear seus títulos (guardar, proteger, movimentar e fornecer informações). O custo dela é de 0,30% ao ano sobre o valor investido. Caso você invista R$10.000,00, pagará no ano o valor total de R$30,00. A cobrança é realizada no primeiro dia útil dos meses de janeiro e julho. Taxas dos agentes de custódia Taxa anual cobrada pela corretora que você tem conta. No primeiro ano, essa cobrança é feita na compra do título, de forma antecipada, sendo calculada através do percentual cobrado pela corretora sobre o valor da transação. Após o primeiro ano, as taxas são acumuladas diariamente, e passam a ser proporcionais ao período que você mantiver seus títulos. Custo de transferência bancária É o custo para transferir o dinheiro do banco para a corretora, e o caminho inverso também é cobrado. Por isso, sempre verifique o custo que a corretora cobra. Todas as corretoras são obrigadas a divulgar esses valores.

Como investir?

Depois das dicas acima, chegou a hora de ensinar para você o passo a passo para aplicar no Tesouro Direto. Não esqueça de que, antes de partir efetivamente para investimentos, é importante ter ciência de todo o conteúdo mostrado anteriormente.

Ele serve como um guia para você se planejar e estar preparado para lidar com o seu investimento.

Conta corrente

Primeiro, você precisa ter CPF e uma conta corrente em uma instituição financeira (banco), para que as transações sejam feitas.

Corretora

Depois, você deve escolher uma corretora para intermediar suas transações com o Tesouro Direto. No site do Ministério da Fazenda há uma lista de todas as instituições habilitadas a operar com títulos públicos federais. Também são apresentadas as taxas de administração cobradas por elas.

Cadastramento na corretora

Entre em contato com a corretora escolhida para que o seu cadastro seja efetuado. Além disso, você deverá enviar a documentação exigida pela corretora. Depois, uma conta será aberta em seu nome para que você possa aplicar no Tesouro Direto.

Senha provisória

Logo após o cadastro, você receberá uma senha provisória da BM&F Bovespa para o primeiro acesso à área restrita do Tesouro Direto, onde são realizadas as operações de compra e venda, e as consultas de saldo e extrato.

Troca da senha provisória

Troque a senha provisória por uma nova, que deve conter entre 8 e 16 dígitos. Basta seguir as instruções para nova senha na página.

Transferência do valor a ser investido

Transfira o valor a ser investido para a corretora. Para evitar taxa de transferência, tenha uma conta digital, assim você estará isento de tarifa bancária.

Efetue as compras do título

Antes de efetuar a compra do seu título, reveja a dica 1 deste artigo, e escolha investir em um título que se encaixe em seus objetivos e perfil. Consulte na página do Ministério da Fazenda a lista de Rentabilidade dos títulos públicos.

A listagem contém os títulos públicos disponíveis para compra, também seus preços e rentabilidades. A quantidade mínima é de 1% do valor de um título, mas é importante lembrar aqui que o valor mínimo, de R$30,00, deve ser respeitado.

Não há limite de valor para venda. Já para compra, o limite é de R$1.000.000,00 em um mês.

Tipos de aplicação

Como agora você já sabe comprar, basta escolher qual aplicação prefere: se tradicional ou programada.

Tradicional

No tipo de aplicação tradicional, as operações de investimento e resgate podem ser realizadas a qualquer momento do dia, dentro do período de funcionamento do programa do Tesouro Direto.

Programada

Nesse tipo, você pode agendar uma data específica para realização do seu investimento, resgate de um título ou reinvestimento automático do juro semestral dos títulos e do valor a ser resgatado nas datas de vencimento.

Não há nenhuma vantagem ou desvantagem entre um outro tipo de aplicação. Sua escolha depende do seu planejamento e de como quer investir no Tesouro Direto todo mês.

Pronto, agora você está preparado para ter uma renda extra.

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