Comitê de política monetária (COPOM) cortou a taxa para 3,75% como medida de contenção aos danos do coronavírus na economia
Olá pessoal! Quantas emoções nessa última quinzena de março, não? Recebemos milhares de pedidos de orientação sobre o que fazer com o mercado financeiro tão instável. Não podemos fazer indicações diretas sobre investimentos, mas iremos te ajudar nessa fase complicada explicando diversos conceitos essenciais para que você mesmo consiga decidir o que melhor se aplica na sua realidade.
O primeiro é um que foi bem falado nos últimos dias: a SELIC. Mas você sabe o que ela é?
A taxa Selic é a taxa de juros básica da economia. Ela é referência para todos os juros dos empréstimos, financiamentos, cheque especial, cartão de crédito e demais taxas do mercado. Se ela sobe, os juros costumam subir junto. E se ela cai, os juros também tendem a cair.
Quem decide o valor dessa taxa é o governo federal — e como os juros influenciam diretamente a economia, ela é usada para controlar a inflação e a atividade econômica no país.
Qual a razão dela existir?
SELIC é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia — uma espécie de mercado em que os títulos do Tesouro Nacional são comprados e vendidos diariamente. Funcionando de forma totalmente eletrônica, esse sistema é um ambiente restrito apenas para instituições financeiras. Ou seja, além do próprio Banco Central, apenas os bancos e demais instituições do tipo podem negociar títulos nesse sistema.
A taxa Selic está ligada aos juros dos títulos públicos que o governo oferece no sistema SELIC. Quem decide o valor dessa taxa é o próprio Banco Central, a partir da reunião do COPOM — Comitê de Política Monetária da instituição. Como são emitidos pelo governo, os títulos públicos são bastante seguros.
Dessa forma, eles acabam sendo utilizados como uma espécie de “título de garantia” quando os bancos precisam pegar dinheiro emprestado. Esses empréstimos são realizados entre os próprios bancos, no chamado mercado interbancário e, normalmente, possuem o prazo de vencimento de apenas 1 dia.
Logo, a taxa acaba refletindo, na prática, quanto um banco paga para captar recursos com outro banco nesse mercado — sempre com base na remuneração dos títulos públicos.
Mas porquê ela dita as demais taxas?
Como foi dito acima, as instituições financeiras emprestam e captam dinheiro diariamente dentro do sistema SELIC — e como um título público é considerado uma aplicação muito segura, a taxa acabou virando uma referência com o tempo. É com base nela que os bancos decidem os juros que serão cobrados de seus clientes.
A lógica é simples: se um banco pode “emprestar” dinheiro ao governo, com o menor risco possível, comprando um título público que vai render a taxa Selic, só faz sentido emprestar dinheiro para pessoas e empresas por uma taxa maior.
Com isso, a Selic passou a ser vista por todos como a taxa básica de juros da economia, ou seja, a menor taxa de juros de todo o mercado em um dado momento.
Mas como ela controla a inflação?
Como ela impacta os investimentos?
Como posso lucrar com ela?
Desde maio de 2012, foi determinado que a rentabilidade da poupança seria calculada da seguinte forma:
– Igual ou menor que 8,5%: Quando a taxa básica de juros da nossa economia é menor ou igual a 8,5%, a Poupança rende 70% da Selic + Taxa Referencial.
– Acima de 8,5%: Quando a taxa básica de juros da nossa economia é maior que 8,5%, a Poupança rende 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR).
Com a SELIC no patamar mínimo histórico, a poupança está rendendo absurdos 2,63% ao ano. Uma maneira de minimizar esse dano é aprendendo a investir em títulos mais rentáveis de renda fixa. E isso a Barkus pode te ensinar!
Até o próximo post!
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